O exemplo de Doria

Prefeito de São Paulo começou em ritmo acelerado, enquanto outras cidades vivem uma inércia eterna

Virmondes Cruvinel

Novo prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB) abalou as estruturas da cena política brasileira. Seus dois primeiros meses de gestão foram recheados de novidades. Para quem vive em outras cidades, com prefeituras tomadas pela inércia, é como se a capital paulista estivesse em um videogame no modo acelerado, enquanto as outras vivessem um eterno “pause”.

A gestão Doria tem sido um sucesso de público e crítica – pelo que se comenta fartamente nas mídias sociais e também pela opinião de grandes especialistas em economia e gestão. Como disse um amigo empresário, o novo prefeito “está lacrando”. O principal motivo de tantos elogios, é claro, tem a ver com o programa adotado por ele: o de estado enxuto e plenamente funcional. Mas outro aspecto que se destaca é a sua perfeita noção de “timing”.

Desde seu primeiro dia de mandato, Doria não perdeu tempo. Além de aproveitar a enorme oportunidade de mídia, que é natural no início de mandato, desencadeou uma série de ações que já marcam positivamente o seu trabalho: fez visitas-surpresa em repartições públicas, testou pessoalmente a qualidade de alguns serviços municipais (como o do transporte público) e, mais importante, vem celebrando uma série de parcerias com a iniciativa privada.

Um dos exemplos dessas parcerias é o programa Corujão da Saúde, que já diminuiu em 60% a fila de pacientes em hospitais graças a convênios com instituições particulares. Ele também obteve doações de medicamentos, veículos, banheiros públicos e serviços de limpeza. Mas o auge desse ritmo acelerado veio já na sexta semana do mandato: Doria engatou uma viagem a países do Oriente Médio em busca de investidores para o seu ousado plano de privatizações.

Viagens internacionais para atrair investidores não são nenhuma novidade, especialmente neste momento de profunda crise econômica no Brasil e a busca de recursos no exterior parece ser o movimento mais racional. Em Goiás, por exemplo, o governador Marconi Perillo tem conseguido grande sucesso nessas ações, chamando a atenção de nações e empresas estrangeiras para o potencial do coração do país.

O diferencial de João Doria é a velocidade com que emplaca o seu programa – fruto, certamente, de planejamento nos três meses que teve antes de assumir e de alta dose de ousadia. Duas qualidades que, infelizmente, tem faltado à maioria das prefeituras, que parecem consumir seus primeiros meses apenas apagando incêndios.

Virmondes Cruvinel é procurador do Estado licenciado e líder do PPS na Assembleia Legislativa

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