Latrocínio que chocou a sociedade reforça nosso projeto de mais segurança no mercado de bikes
Virmondes Cruvinel
A morte da ciclista goiana Cibelle Silveira, de 31 anos, que chocou o Brasil nesta semana, é uma violência que não pode ficar impune e precisa suscitar melhorias na segurança pública. Funcionária da Caixa Econômica Federal, ela foi morta com um tiro na cabeça enquanto pedalava pela BR-060. Os parceiros ciclistas, que a acompanhavam no passeio noturno, afirmam que Cibelle foi rendida por dois homens em uma moto.
Após o velório, dezenas de ciclistas foram às ruas de Goiânia pedir às autoridades mais ações de reforço à segurança pública. Ninguém suporta mais a violência que, nos últimos meses, tornou-se comum contra os praticantes de ciclismo. A onda já estava forte em agosto, quando cheguei a apresentar um projeto de lei específico na Assembleia Legislativa.
O projeto é simples. Ele prevê a criação de um sistema para a identificação de todas as bicicletas do Estado e de seus respectivos proprietários. Também prevê a facilitação da comunicação de furtos e roubos de bicicletas (inclusive com a obrigatoriedade de registro desses crimes junto à Secretaria de Segurança Pública), além de ações de divulgação da importância de se fazer a identificação das bikes quando o sistema estiver em vigor.
O Sistema Estadual de Prevenção ao Furto, Roubo e ao Comércio Ilegal de Bicicletas, nome que demos nessa proposta, é uma tentativa válida para coibir os roubos. A identificação de bicicletas e proprietários atinge diretamente o comércio ilegal e a receptação criminosa. Os estabelecimentos que comercializam bicicletas deverão fazer constar nas notas fiscais de compra o número de série, de forma a identificar o produto adquirido.
A SSP-GO, por sua vez, deverá, entre outras atribuições, criar um setor específico para concentrar os registros referentes a delitos que envolvam bicicletas. Deverá também publicar, mensalmente, boletim estatístico dos registros realizados, contendo os horários e o locais de maior incidência dessas infrações. Além de manter e administrar um cadastro de bicicletas furtadas, roubadas e recuperadas, contendo o maior número de informações que possam identificar o equipamento.
Ações como essa nossa proposta, de forma alguma, tem o poder para resgatar vidas como a de Cibelle. Podem, contudo, ajudar a evitar que outros absurdos como esse se repitam em nosso Estado. Como amante do ciclismo, envio meus sentimentos à família, desejando que a paz tome conta de seus corações e mentes. E mais: a paixão de Cibelle pelo ciclismo será honrada por todos nós, que não vamos nos intimidar e continuaremos nas ruas.
Virmondes Cruvinel é procurador do Estado licenciado e líder do PSD na Assembleia Legislativa